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Oscar 2013

Oscar2013

Uma das melhores cerimônias dos últimos tempos. É a melhor definição que encontro para esta 85ª edição do Oscar. Não à toa alcançou também a melhor audiência dos últimos 3 anos. Marcado especialmente pela diversidade dos vencedores, o prêmio teve como ponto forte a apresentação: desde o anfitrião até os números apresentados ao longo da premiação.

Ouvi muitas críticas ao apresentador deste ano, Seth MacFarlane, mais conhecido por ser o diretor do filme “Ted” e criador da série animada “Uma Família da Pesada”. Discordo. Fora algumas piadas de mau gosto (como a canção “We saw your boobs”, lembrando os seios já vistos no cinema e que provocou caretas de reprovação das atrizes Charlize Theron e Naomi Watts ao vivo…), MacFarlane dançou, cantou e soube entreter muito bem o público. Destaque para a piada feita com Ben Affleck, que dirigiu “Argo”, escolhido pela academia como melhor filme, mas sequer foi indicado para o prêmio de direção. O humorista brincou e lembrou que o personagen de Affleck no filme era um agente tão secreto que não puderam indicá-lo para concorrer ao prêmio. E, no fim, ainda soltou um “eles estragaram tudo, Ben”. Expressou a injustiça que estava incomodando a boa parte do público.

A aposta em MacFarlane como anfitrião tinha um grande objetivo: recuperar a audiência do Oscar, especialmente junto ao público jovem, que em sua maioria conhece o humorista. E o criador de “Ted” conseguiu trazer o resultado esperado. Destaque ainda para seus diálogos com William Shatner, o eterno capitão Kirk, de “Star Trek”, e de um vídeo no qual dá em cima da atriz Sally Field, que concorria ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Lincoln”.

Mas o verdadeiro destaque mesmo veio com as apresentações. Depois de alguns anos sem permitir a apresentação de números musicais inteiros durante a premiação, como forma de tentar encurtar a cerimônia e segurar a audiência, os organizadores se deram conta do erro e reintroduziram as apresentações em grande estilo, de forma bem dinâmica. Esta edição do Oscar teve apresentações de Adele (que cantou a música tema Skyfall, do 007) e Norah Jones, além de uma homenagem aos musicais, que contou com apresentação do número musical “All that jazz”, do filme vencedor do Oscar Chicago, com Catherine Zeta Jones demonstrando estar ainda em grande forma. Mas o ponto alto da noite foi trabalho do elenco do ótimo “Os Miseráveis”. Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russel Crowe e companhia cantaram “Onde day more”, música do filme. Resultado: o anfiteatro explodiu em aplausos. A apresentação foi forte e marcante. Cantada com paixão, a canção, que resume bem o filme, proporcionou arrepios no espectador, trazendo um turbilhão de sentimentos, ideias e desejos expressos na letra, como amor, ciúme, ódio, revolução, revolta… Fantástico (veja o vídeo abaixo).

Ainda houve uma (pobre) homenagem à franquia 007, que está completando 50 anos.

Premiação

A premiação foi bem equilibrada e retratou a boa safra de filmes deste ano: seis filmes diferentes levaram as seis principais categorias: Melhor filme – “Argo”; diretor – Ang Lee (“As Aventuras de Pi”); melhor ator – Daniel Day-Lewis (“Lincoln”); melhor atriz – Jennifer Lawrence (“O Lado Bom da Vida”); ator coadjuvante – Cristoph Waltz (“Django Livre”; e atriz coadjuvante – Anne Hathaway (“Os Miseráveis”). A maioria merecidos. Surpresa apenas para o prêmio de direção. Sem Ben Affleck (“Argo”) e Katherine Bigelow (“A Hora Mais Escura”), que sequer disputaram, o favoritismo estava todo com o consagrado Steven Spielberg. pelo bom trabalho em “Lincoln”. Grande surpresa da noite, Lee é primeiro diretor a receber o prêmio por um filme em 3D. Também surpreendeu o escolhido como melhor animação: “Valente”, que desbancou o favorito “Detona Ralph”.

Chamou ainda a atenção a premiação da bela Jennifer Lawrence. Merecedora da estatueta, por sua impressionante atuação em “O lado bom da vida“, Lawrence tropeçou quando subia ao palco e mostrou, com bom humor, o dedo do meio aos jornalistas ao fim da premiação, após ter sido alvo de brincadeiras.

O filme que levou mais estatuetas foi mesmo “As Aventuras de Pi”. Além do prêmio de direção, faturou fotografia, efeitos especiais e trilha sonora.

Abaixo, a lista completa  com os ganhadores.

Filme
“Indomável sonhadora”
“O lado bom da vida”
“A hora mais escura”
“Lincoln”
“Os miseráveis”
“As aventuras de Pi”
“Amor”
“Django livre”
“Argo”

Diretor
Michael Haneke (“Amor”)
Benh Zeitlin (“Indomável sonhadora”)
Ang Lee (“As aventuras de Pi”)
Steven Spielberg (“Lincoln”)
David O. Russell (“O lado bom da vida”)

Ator

Daniel Day-Lewis (“Lincoln”)
Denzel Washington (“Voo”)
Hugh Jackman (“Os miseráveis”)
Bradley Cooper (“O lado bom da vida”)
Joaquin Phoenix (“O mestre”)

Atriz
Naomi Watts (“O impossível”)
Jessica Chastain (“A hora mais escura”)
Jennifer Lawrence (“O lado bom da vida”)
Emmanuelle Riva (“Amor”)
Quvenzhané Wallis (“Indomável sonhadora”)

 Ator coadjuvante

Alan Arkin (“Argo”)
Christoph Waltz (“Django livre”)
Philip Seymour-Hoffman (“O mestre”)
Robert De Niro (“O lado bom da vida”)
Tommy Lee Jones (“Lincoln”)

Atriz coadjuvante

Amy Adams (“O mestre”)
Anne Hathaway (“Os miseráveis”)
Helen Hunt (“The sessions”)
Jacki Weaver (“O lado bom da vida”)
Sally Field (“Lincoln”)

Roteiro original

Michael Haneke (“Amor”)

Quentin Tarantino (“Django livre”)
John Gatins (“Voo”)
Wes Anderson e Roman Coppola (“Moonrise kingdom”)
Mark Boal (“A hora mais escura”)

Roteiro adaptado
Chris Terrio (“Argo”)
Lucy Alibar e Benh Zeitlin (“Indomável sonhadora”)
David Magee (“As aventuras de Pi”)
Tony Kushner (“Lincoln”)
David O. Russell (“O lado bom da vida”)

Filme estrangeiro

“Amor” (Áustria)
“Kon-tiki” (Noruega)
“O amante da rainha” (Dinamarca)
“No” (Chile)
“War witch” (Canadá)

Animação

“Detona Ralph”
“Frankenweenie”
“ParaNorman”
“Piratas pirados!”
“Valente”

Curta-metragem de animação

“Adam and dog”
“Fresh guacamole”
“Head over heels”
“Maggie Simpson in ‘The Longest Daycare'”
“Paperman”

Edição
“Argo”
“As aventuras de Pi”
“A hora mais escura”
“O lado bom da vida”
“Lincoln”

Fotografia

“007 – Operação Skyfall”
“Anna Karenina”
“As aventuras de Pi”
“Django livre”
“Lincoln”

Efeitos visuais

“As aventuras de Pi”
“Branca de Neve e o caçador”
“O hobbit: Uma jornada inesperada”
“Prometheus”
“Os Vingadores”

Figurino

“Anna Karenina”
“Branca de Neve e o caçador”
“Espelho, espelho meu”
“Lincoln”
“Os miseráveis”

Maquiagem e cabelo

“Hitchcock”
“O hobbit: Uma jornada inesperada”
“Os miseráveis”

Canção original

“Before my time”, de “Chasing ice” – J. Ralph (música e letra)
“Everybody needs a best friend”, de “Ted” – Walter Murphy (música) e Seth MacFarlane (letra)
“Pi’s lullaby”, de “As aventuras de Pi” – Mychael Danna (música) e Bombay Jayashri (letra)
“Skyfall”, de “007 – Operação Skyfall” – Adele (música e letra)
“Suddenly”, de “Os miseráveis” – Claude-Michel Schönberg (música), Herbert Kretzmer (letra) e Alain Boublil (letra)

Trilha sonora original

Dario Marianelli (“Anna Karenina”)
Alexandre Desplat (“Argo”)
Mychael Danna (“As aventuras de Pi”)
John Williams (“Lincoln”)
Thomas Newman (“007 – Operação Skyfall”)

Mixagem de som

“007 – Operação Skyfall”
“As aventuras de Pi”
“Argo”
“Lincoln”
“Os miseráveis”

Edição de som

“007 – Operação Skyfall”
“Argo”
“As aventuras de Pi”
“A hora mais escura”
“Django livre”

Design de produção

“Anna Karenina”
“As aventuras de Pi”
“O hobbit: Uma jornada inesperada”
“Os miseráveis”
“Lincoln”

Melhor curta-metragem

“Asad”
“Buzkashi boys”
“Curfew”
“Death of a shadow (doos van een schaduw)”
“Henry”

Documentário em longa-metragem

“5 broken cameras”
“The gatekeepers”
“How to survive a plague”
“The invisible war”
“Searching for Sugar Man”

Documentário em curta-metragem

“Inocente”
“Kings point”
“Mondays at Racine”
“Open heart”
“Redemption”

23 de fevereiro de 2012. Essa foi a data do meu último post aqui. Há dois anos, às vésperas de uma outra edição do Oscar, na qual “O Discurso do Rei” levou os principais prêmios. Falta de tempo, preguiça… vários motivos me “impediram” de escrever nesse tempo. Mas ei que em meio às discussões sobre o “bolão da firma” para o Oscar deste ano, uma amiga descobriu este já esquecido blog e me despertou a vontade de voltar a escrever. E nada melhor como a Academy Awards 2013 para ser o tema desta retomada, pegando como gancho primeiro o filme que mais chamou a minha atenção. Antes de mais nada, peço desculpas pela ausência aos queridos amigos que costumavam ler minhas divagações. Espero manter a frequência agora.

Falando do Oscar…

Pela primeira vez nos últimos anos assisti a todos os 9 indicados ao prêmio de melhor filme. E nunca estive tanto na dúvida com relação a quem levará algumas estatuetas quanto agora. A qualidade da maioria dos filmes é inquestionável. E tem para todos os gostos. Inclusive uma belíssima comédia, com bons toques de drama e romance, que é “O Lado Bom da Vida”. Gostoso de se assistir, o filme comove e te faz rir. História simples e muito bem contada que prende o espectador. E aborda os mais diversos temas como depressão, família e amor com maestria.

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Jennifer Lawrence e Bradley Cooper, em “O Lado Bom da Vida”

O Lado Bom da Vida

Dirigido pelo competente David O. Russel (O Vencedor), o filme gira em torno de Pat Solatano (Bradley Cooper), um cara que perdeu tudo – sua casa, seu trabalho, e sua esposa. Ele agora se encontra vivendo com sua mãe (Jacki Weaver) e o pai (Robert De Niro), depois de passar oito meses preso em uma instituição para desequilibrados, onde ficou “hospedado” por conta de um acesso de fúria após descobrir que sua esposa tinha um amante. Pat está determinado a reconstruir sua vida e voltar com sua esposa quando conhece Tiffany (Jennifer Lawrence). Eles se juntam e começam um projeto que ajudará ambos a superarem seus problemas.

Com um roteiro bem amarrado e a boa direção de atores de O. Russel, o grande destaque fica por conta das interpretações. Após anos atuando no automático em filmes sofríveis, De Niro, com os mesmos cacoetes de sempre (e que já lhe renderam tantos prêmios), atua de forma brilhante. Bradley Cooper (quem diria), mais conhecido pelo filme “Se Beber Não Case” e subestimado como ator, mostra que tem bastante talento e consegue segurar as pontas com seu personagem problemático, trazendo o espectador para si, vivendo com ele suas angústias e inquietações. Ele prova que tem bastante potencial e pode, sim, fazer um personagem complexo, mais aprofundado. Há também Chris Tucker, mais conhecido pela série de filmes “A Hora do Rush”, hilário como sempre, trazendo mais comicidade às cenas em que aparece. Mas o destaque fica por conta de Jennifer Lawrence, atriz que despontou com o longa-metragem “O Inverno da Alma”, em 2010, e, desde então, se tornou uma das queridinhas de Hollywood, com todos os méritos. A personagem é apaixonante e rouba as cenas, fazendo com que quem está assistindo ao filme ria, se solidarize com a sua história, desaprove suas ações em outros momentos e deseje seu final feliz. Ótima mesmo!

A química no filme é tamanha que é como se o diretor tivesse “jogado” os atores em cena e dito: “atuem”. E eles fizeram isso, com destaque para o belo grande clímax no final. Assim, o filme fica na cabeça horas e horas após assisti-lo, pela reflexão que proporciona. Sem minimizar os problemas na depressão, o longa-metragem fala sobre superar esse problema com humor,  parar de olhar para trás e seguir adiante. E, talvez mais importante, ele fala sobre reencontrar a si mesmo e também o amor. Às vezes, o passado, por melhor que tenha sido, é só passado mesmo. Talvez o “amor da sua vida” não tenha sido isso de verdade. Nos resta digerir, aprender com essas situações e seguir adiante.

Até o fim da semana pretendo fazer breves comentários sobre cada um dos outros concorrentes. Aguardem! Abaixo, o trailer de “O Lado Bom da Vida”.

O Discurso do Rei

É difícil dizer qual o segredo para se fazer um bom filme. Roteiro bem amarrado, história envolvente, trilha sonora que exprime o que muitas vezes não precisa ser dito, belas atuações… Algumas produções se salvam com um ou outro desses elementos fortalecidos. Mas quando um filme consegue reunir grande parte de tais características, é difícil ver um espectador sair desapontado da sala de cinema.

Esse é o caso de “O Discurso do Rei”, dirigido por Tom Hooper. Desde a cena inicial, uma ótima sequência com o jovem Duque de York (futuro Rei George VI, estrelado por Colin Firth) se preparando para um discurso no estádio de Wimbledon, que seria transmitido via rádio para milhões de pessoas, até a final, com um novo discurso, este às vésperas da 2ª Guerra Mundial, o filme é envolvente. A começar pelo roteiro bem construído, que conta a história de Albert Frederick Arthur George, pai da atual rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Albert era o segundo na linha de sucessão do Rei George V, depois de seu irmão Edward. Ninguém esperava que o caçula, gago desde a infância, assumisse o trono, o que aconteceu em 1936 quando o irmão abdicou para se casar com uma norte-americana divorciada. O problema é que o país precisava de discursos  fortes em uma época de terror, às vésperas da segunda grande guerra. E aí está o drama do filme…

A fotografia também merece destaque. Nas cenas de Firth, sempre enquadrando-o de forma incômoda, potencializando o desconforto do monarca com sua gagueira. Desconforto que atinge o público, graças a uma brilhante atuação do ator inglês, que deixa o espectador sentir sua  agonia quando precisa falar e as palavras não saem. Dói de ver (ou ouvir).

E a ótima atuação não se resume ao protagonista. A direção de atores do longa-metragem é de extrema qualidade. Geoffrey Rush como Lionel Logue, uma espécie de fonoaudiólogo com métodos não-convencionais, atua sem compromisso e rouba as cenas. Helena Bonham Carter, finalmente deixando um pouco de lado os papeis excêntricos dirigidos pelo marido, Tim Burton, faz bem a dedicada esposa Elizabeth. E Timothy Spall agrada como Winston Churchill (embora às vezes seja caricato demais).

A trilha sonora também acompanha bem os 118 minutos do filme, servindo para potencializar a angústia que sentimos ao lado do personagem e a expectativa de um discurso. E a produção consegue transmitir bem o sentimento de incerteza vivido pelo mundo às vésperas da guerra, além de mostrar a revolução provocada pelo rádio, um meio de comunicação que aproximava os líderes de seus cidadãos.

Tais qualidades do filme o gabaritam para vencer o Oscar de melhor filme e de melhor ator. Algo que, caso se confirme, será extremamente merecido… Afinal, à primeira vista, o enredo parece não atrair grande interesse. Mas, em alguns casos, como em “O Discurso do Rei”, o mais importante não é a história, e sim como ela é contada…

Veja o trailer:



Coldplay em São Paulo

Frio, trânsito em São Paulo, atraso, metrô lotado, som péssimo, grande distância do palco. Parece muita coisa ruim para um dia só, mas sequer todos esses elementos juntos conseguiram tirar a emoção e a beleza da apresentação da banda inglesa Coldplay em São Paulo, na última terça-feira, dia 2 de março, pela turnê do disco “Viva La Vida or Death and All His Friends”.

O som péssimo pode ter causado algum desânimo momentâneo. Afinal, estava muito baixo e o público não conseguia sentir a batida da bateria junto com o ritmo cardíaco, um dos grandes prazeres de se presenciar um show ao vivo. Mas quando a banda liderada por Chris Martin cantava seus principais hits antigos, como Clocks, In My Place, Shiver e The Scientist, ou novos, tais quais Viva la Vida, Violet Hill e 42, a animação provocada era geral e esquecia-se qualquer tipo de problema, com milhares de vozes carregadas de sentimento, seguindo a letra das músicas, todas de uma beleza ímpar.

Destaques

O show foi ótimo por inteiro. Mas há três momentos que, acredito, valem destaque: 1º quando a banda cantou a música Yellow. As luzes do estádio se apagaram e o público ficou na expectativa. O som começou a tocar baixinho e, de repente, o palco se iluminou com luzes amarelas e o volume aumentou, levantando os fãs; 2º quando Chris Martin cantou a belíssima canção Strawberry Swing; 3º quando a banda, ao lado do estádio inteiro, cantou “parabéns a você” para Chris Martin, que estava completando 33 anos.

Não podemos esquecer também da bela produção do show. O palco exibiu cinco lâmpadas gigantescas e telões que transmitiam imagens e closes da banda. Ainda foi liberada uma nuvem com milhares de borboletas coloridas, feitas de papel, que deram imensa beleza ao espetáculo. No fim, ainda houve fogos de artifício para completar a festa.

Também vale destaque a empolgação e o carisma do vocalista Chris Martin. Sua energia contagiou o público. O cantor não parava de correr para as duas grandes passarelas laterais, que foram usadas pela banda para interagir com os fãs, e reagia a cada mudança de batida das canções.

No final do show, em uma atitude pouco usual, foram distribuídos aos fãs CDs contendo nove músicas da banda, como forma de agradecer o público que prestigiou o show. 

Agora, o próximo álbum do Coldplay deve sair no final do ano. Resta esperar por sua próxima vinda ao Brasil…

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Na 33ª Mostra Internacional de cinema, que inicia nesta sexta-feira, dia 23/10, os fãs de cinema terão a oportunidade de ver o último filme gravado por Heath Ledger, o Coringa, de Batman: O Cavaleiro das Trevas, que morreu no ano passado: O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, dirigido por Terry Gilliam (Monty Python).

Provavelmente o longa-metragem atrairá um grande público pelo fato de ser o último filme de Ledger, mas a sua qualidade logo fará os espectadores esquecerem esse fato e ficarem fascinados com a beleza e criatividade do filme.

Sem o ator para finalizar o filme, a escolha para substituí-lo feita por Terry Gilliam foi “humilde”. Foram contratados simplesmente três grandes atores:  Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrel. Parece loucura e sem cabimento todos interpretarem o personagem Tony em diferentes partes do longa, mas, na história, as mudanças parecem naturais e totalmente plausíveis, soam até necessárias e dão a impressão de que tais mudanças já estavam previstas no roteiro inicial.

Na história, Dr. Parnassus (Christopher Plummer) é um contador de histórias imortal que lidera uma trupe de teatro ambulante que tenta sobreviver nas ruas de Londres, se apresentando a um público que simplesmente não se interessa mais por histórias. O problema é que Parnassus,  há séculos, para conquistar a vida eterna e a mulher amada, fez um trato com o demônio (Tom Waits) que envolve a sua filha, Valentina (Lily Cole). Para salvá-la das garras do diabo que veio cobrar sua dívida, o personagem de Plummer contará com a ajuda do mais novo integrante do grupo, Tony.

Por trás do mundo surreal, místico e fantástico, que observamos através da imaginação de Parnassus, o roteiro faz com que nos deparemos com a realidade: de que a vida é baseada em escolhas, que acarretarão em coisas boas ou ruins. Além disso, o filme faz uma crítica à vida fútil e ambiciosa levada por grande parte da sociedade moderna.

Vale destacar a atuação fantástica de Plummer e Tom Waits, que conduzem seus personagens, dois apostadores insaciáveis, com maestria. Ledger também mostra que realmente era um ator em forte evolução. Seus substitutos não fazem feio e mantém a atenção do espectador no intrigante Tony.

A fotografia do filme, de Nicola Pecorrini, é outro show à parte. Com inteligência, graças a um ótimo trabalho da direção de arte da produção, o longa-metragem mistura as belas cores do teatro ambulante e das fantasias do grupo de teatro com as cores cinzas de uma Londres suja e chuvosa, fazendo um belíssimo contraste. Todos esses elementos, misturados com uma narrativa empolgante, fazem do filme um dos melhores do ano até aqui. No fim, o espectador sai da sala de projeção com aquela vontade de assistir novamente…

Veja o trailer:

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Para quem, como eu, esperava ansiosamente pela confirmação dos shows da banda inglesa Coldplay no Brasil, uma ótima notícia: a produtora Time For Fun anunciou hoje que a banda liderada por Chris Martin fará dois shows no Brasil em março do ano que vem. Os shows acontecerão dia 28/2 na Praça da Apoteose, Rio de Janeiro, e 2/3 no estádio do Morumbi, em São Paulo.  No início do ano, os boatos diziam que a banda viria ainda em novembro deste ano. A convidada especial para toda a turnê será a cantora de electro, Bat For Lashes, indicada ao Prêmio Mercury.

O Coldplay virá ao Brasil na turnê do álbum Viva la vida or death all his friends”. Para o público em geral, os ingressos começarão a ser vendidos em 7 de novembro a partir da 0h pela internet (www.ticketmaster.com.br), a partir das 9h pelo call Center (4004-2060), a partir das 10h nos pontos de venda e a partir das 12h na bilheteria oficial do show, localizada no estacionamento anexo do Credicard Hall (Av. das Nações Unidas, 17.981 – Santo Amaro). Para os clientes dos cartões Citibank, Credicard e Diners acontece uma pré-venda exclusiva do dia 31 de outubro a 06 de novembro.

Os shows na América Latina, que também acontecerão em Buenos Aires, Bogotá, Cidade do México, Guadalajara e Monterrey, marcarão o fim da turnê do CD. Mais informações serão divulgadas no site oficial do show www.showcoldplay.com.br e no Coldplay.com.

A vinda do Coldplay ao Brasil é uma ótima notícia, pois a banda, sem dúvida alguma, é a que mais se destacou no cenário internacional deste ano, devido à qualidade do novo álbum. Uma análise mais detalhada do álbum e sobre a banda escrita por mim, aliás, pode ser encontrada no site Depressão Pós-Cafeína, confira.

Strawberry Swing

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Strawberry Swing, canção da banda inglesa Coldplay de seu último álbum “Viva La Vida or Death And All His Friends”, ganhou um clipe, um dos melhores do ano, diga-se de passagem, no dia 20 de julho.

 O grupo havia disponibilizado uma semana antes uma prévia com alguns segundos do vídeo para os fãs, que ficaram com água na boca para ver o restante do clipe, muito bem feito pelo coletivo de artistas visuais Shynola, grupo artístico que já trabalhou com Radiohead (“Pyramid Song”), Blur (“Good Song”), The Rapture (“House of Jealous Lovers”), Queens of the Stone Age (“Go With the Flow”), entre outros.

Em “Strawberry Swing”, a ação acontece em um mundo desenhado com giz, no qual Chris Martin, vocalista do grupo, é um super-herói e precisa salvar a mocinha de um perigoso esquilo gigante. As imagens são muito belas e empolgantes, sem citar a música com ótima letra e melodia. O vídeo é de muita criatividade e combina com Martin, artista excêntrico e que, com seu jeito carismático, não consegue ficar parado no palco quando está se apresentando.

Após a estreia no site Babelgum.com, o clipe foi veiculado nos cinemas Odeon, no Reino Unido, antes da exibição dos filmes Brüno, de Sasha Baron Cohen (o Borat) – no qual o vocalista Chris Martin faz uma aparição – e A Proposta, estrelado por Sandra Bullock e Ryan Reynolds.

Segue o trailer do clipe que havia sido disponibilizado pela banda:

Para assistir ao vídeo completo, acesso a página oficial do Coldplay no youtube: http://www.youtube.com/user/coldplaytv?blend=2&ob=4

Filmes do Festival de Veneza

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Nesta quinta-feira, 30 de julho, o Festival de Veneza, que vai do dia 2 a 12 de setembro, divulgou a seleção dos filmes que serão exibidos neste ano, no prêmio de número 66. Destaque para os brasileiros “Insolação”, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch, que fala sobre solidão e as dificuldades de uma grande metrópole, e “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, de Marcelo Gomes e Karim Ainouz, que conta a história de um geólogo enviado para o sertão do nordeste para fazer uma pesquisa de campo, na qual o espectador logo nota semelhanças entre o protagonista e os lugares pelos quais ele passa: o vazio e isolamento.

O país com mais filmes exibidos será a Itália (22) seguido por EUA (17). Alguns filmes bastante aguardados pelo público como Survival of the Dead, de George Romero, mestre quando o assunto é zumbis, Capitalism: A Love Story, de Michael Moore e The Informant!, de Steven Soderbergh também serão exibidos.

Muitos dos filmes, infelizmente, não chegarão aos cinemas brasileiros, por isso, vale a pena acompanhar o festival para ver o que se destaca e depois correr atrás do que interessar.

Segue a lista dos que concorrem e do que será exibido.

Mostra competitiva

  • Baaria, de Giuseppe Tornatore (Itália)
  • Soul Kitchen, de Fatih Akin (Alemanha)
  • La Doppia Ora, de Giuseppe Capotondi (Itália)
  • Accident, de Cheang Pou-Soi (China/ Hong Kong)
  • Persecution, de Patrice Chereau (França)
  • Lo Spazio Bianco, de Françasca Comencini (Itália)
  • White Material, de Claire Denis (França)
  • Mr. Nobody, de Jaco van Dormael (França)
  • A Single Man, de Tom Ford (EUA)
  • Lourdes, de Jessica Hausner (Áustria)
  • Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans, de Werner Herzog (EUA)
  • The Road, de John Hillcoat (EUA)
  • Between Two Worlds, de Vimukthi Jayasundara (Sri Lanka)
  • The Traveller, de Ahmed Maher (Egito)
  • Lebanon, de Samuel Maoz (Israel)
  • Capitalism: A Love Story, de Michael Moore (EUA)
  • Women Without Men, de Shirin Neshat (Alemanha)
  • Il Grande Sogno, de Michele Placido (Itália)
  • 36 vues du Pic Saint Loup, de Jacques Rivette (França)
  • Survival of the Dead, de George Romero (EUA)
  • Life During Wartime, de Todd Solondz (EUA)
  • Tetsuo The Bullet Man, de Shinya Tsukamoto (Japão)
  • Prince of Tears, de Yonfan (Hong Kong)

Fora de competição

  • REC 2, de Jaume Balaguero, Paco Plaza (Espanha)
  • Chengdu, I Love You, de Fruit Chan, Cui Jian (China)
  • The Hole, de Joe Dante (EUA)
  • The Men Who Stare at Goats, de Grant Heslov (EUA)
  • Scheherazade, Tell Me a Story, de Yousry Nasrallah (Egito)
  • Yona Yona Penguin, de Rintaro (Japão)
  • The Informant!, de Steven Soderbergh (EUA)
  • Napoli Napoli Napoli, de Abel Ferrara (Itália)
  • Anni Luce, de Françasco Maselli (Itália)
  • L’oro di Cuba, de Giuliano Montaldo (Itália)
  • Prove per una tragedia siciliana, de John Turturro, Roman Paska (Itália)
  • South of the Border, de Oliver Stone (EUA)

Mostra Horizontes

  • Françasca, de Bobby Paunescu (Romênia)
  • One-Zero, de Kamla Abou Zekri (Egito)
  • Buried Secrets, de Raja Amari (Tunísia)
  • Tender Parasites, de Christian Becker e Oliver Schwabe (Alemanha)
  • Adrift, de Bui Thac Chuyen (Vietnã)
  • Crush, de Petr Buslov e outros (Rússia)
  • Repo Chick, de Alex Cox (EUA)
  • Engkwentro, de Pepe Diokno (Filipinas)
  • The Man’s Woman and Other Stories, de Amit Dutta (Índia)
  • Paraiso, de Hector Galvez (Peru)
  • Io sono l’amore, de Luca Guadagnino (Itália)
  • Cow, de Guan Hu (China)
  • Judge, de Liu Jie (China)
  • Pepperminta, de Pipilotti Rist (Suíça)
  • Tris di donne e abiti nunziali, de Martina Gedeck (Itália)
  • Insolação, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch (Brasil)
  • 1428, de Du Haibin (China)
  • Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de Marcelo Gomes e Karim Ainouz (Brasil)
  • Once Upon A Time Proletarian: 12 Tales of a Country, de Guo Xiaolu (China)
  • Villalobos, de Romuald Karmakar (Alemanha)
  • Il colore delle parole, de Marco Simon Puccioni (Itália)
  • The One All Alone, de Frank Scheffer (Holanda)
  • Toto, de Peter Schreiner (Áustria)

A Era do Gelo 3

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O primeiro longa-metragem “A Era do Gelo”, lançado em 2002, foi um grande sucesso. Muito engraçado e interessante, o filme cativou o público, com seus personagens carismáticos e irreverentes, com o esquilo Scrat fazendo grande sucesso. Seguindo o êxito, “A Era do Gelo 2” (2006)também faturou alto, cerca de 70 milhões de dólares no fim de semana de estreia só na América do Norte. Apesar de bom, o filme não conseguiu ser tão engraçado nem chegou perto da qualidade do primeiro.

Agora, com “A Era do Gelo 3”, dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha (assim como no segundo filme), a Fox conseguiu um meio termo: a animação tem muita qualidade, uma ótima premissa e consegue ter os seus momentos engraçados, superando o antecessor, mas ainda é inferior ao filme de 2002. A exibição em 3D, um diferencial da nova aventura dos mamutes Manny e Eliie, ao lado de seus amigos Sid e Diego, tem qualidade principalmente em cenas estratégicas, como o passeio por um túnel de gelo, mas poderia ter sido melhor aproveitada, como na animação stop-motion “Coraline e o Mundo Secreto“, ou mesmo em “A Lenda de Beowulf”. A tecnologia me parece ter sido usada com cautela demais para evitar exageros e acaba decepcionando grande parte do público que decide assistir à versão do filme em três dimensões. Apesar de a maioria das cenas “saltarem aos olhos”, faltou um pouco de ousadia a Saldanha.

Na história, o casal de mamutes está prestes a ter um filhote, o que mexe com o grupo. O tigre dentes-de-sabre Diego pensa que Manny e Ellie estão formando um “novo bando”. Além disso, a convivência com o grupo acabou fazendo-o perder um pouco o seu extinto de caçador, seu lado selvagem, e o personagem decide se separar dos amigos. Enquanto Sid, o bicho preguiça, sente a necessidade de formar a sua própria família e acaba raptado, o que força o grupo a entrar em uma grande aventura à sua procura em um local subterrâneo que ninguém imaginava existir: um vale perdido de dinossauros.

O grande diferencial desse filme e que torna a história divertida é um novo personagem: Buck, uma doninha caolha caçadora de dinossauros. Em sua histeria e loucura, Buck é um personagem que agrada o público e arranca boas risadas. É a doninha que guia o grupo em busca de Sid pelo vale dos dinossauros e os protege dos mais diversos perigos. Só a sua participação já vale o ingresso. Outro destaque é que o esquilo Scrat tem uma parceira nesse novo longa-metragem: Scratte, uma fêmea que “doma” o pobre animal depois do casamento.

Um ponto negativo de “A Era do Gelo 3” é o roteiro mal costurado em certos momentos, como no dilema de Diego, que não é muito aprofundado e acaba sendo resolvido muito rapidamente. Assim, o filme poderá parecer vazio e sem tanta graça para os fãs de animações com mensagens edificantes, que tentam  conscientizar o público, como “Wall-E”, da Disney. Mas para quem gosta de animação, quer se divertir um pouco e dar algumas gargalhadas, o filme é indicado.

Abaixo uma cena com o insano Buck:

Antes de Partir

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O que esperar quando dois ótimos atores como Jack Nicholson e Morgan Freeman se juntam? Em Antes de Partir (2007), do diretor Rob Reiner, temos a oportunidade de ver esse encontro. Assim, a comédia, que poderia ser sem graça ou provocar mais lágrimas do que risos, consegue um ótimo resultado. Nicholson, com seu carisma habitual, e Freeman, com a competência conhecida, conseguem proporcionar momentos engraçados e inusitados.
Na história, dois pacientes em estado terminal, Edward Cole (Nicholson), um gestor de hospitais solitário que tem como lema “dois leitos por quarto, nunca menos” e Carter Chambers (Freeman), um mecânico que não conseguiu realizar alguns de seus sonhos por ter uma família para sustentar, acabam internados no mesmo quarto de hospital, para desespero de Cole, que se vê vítima de seu próprio lema. Como esperado, a princípio os dois não se dão bem, principalmente pelo jeito ranzinza do personagem de Nicholson, mas logo uma amizade se forma entre os dois pacientes, que fazem uma lista de “últimos desejos”. Carter Chambers acaba convencido pelo colega de quarto a colocar a lista em prática e os dois viajam pelo mundo conhecendo cidades e vivendo as mais excêntricas experiências.
O maior ponto negativo do filme é percebermos claramente que praticamente todas as cenas foram gravadas em estúdio. As viagens (Egito, Índia) e a experiência com paraquedas, por exemplo, ficam muito artificiais e dificilmente enganam até o mais desatento dos espectadores. Uma das graças do cinema é justamente a ilusão, que é perdida nesses trechos.
O longa-metragem tem uma forte carga emocional que pode levar os corações mais moles às lágrimas, mas o destaque mesmo vai para a química entre os dois atores, que conseguem fazer uma comédia leve, daquelas para se assistir em um dia que queremos algo tranquilo, sem explosões ou piadas forçadas. Eles equilibram bem o humor com o drama pelo qual os personagens estão passando, evitando que a história fique muito pesada. E Jack Nicholson, sempre ele. Claro que está longe de ser uma das melhores atuações do ator, mas é interessante vê-lo se entregando ao papel como habitualmente faz, independentemente do seu prestígio e do número de Oscars levados para casa (três). A atuação foi potencializada porque alguns meses antes das filmagens o ator teve que ser internado e acabou utilizando um pouco dessa “experiência” em diálogos e situações do filme.
Assisti ao filme no cinema e em DVD. Vale a pena conferir.

Abaixo, o trailer.